sábado, 30 de junho de 2012

MACHU PICCHU -3

Machu Picchu apaixona quem  vem visitar estas ruinas...e é usual ver pessoas em contemplação, em êxtase, emocionadas...

Aos visitantes mais pequenos é necessário explicar-lhes o que estão a ver..para nunca mais  esquecerem...talvez voltem...



A minha emoção provinha de estar admirando uma prova impressionante da capacidade humana. Vemos todos os dias nos mídia notícias sobre como nós seres humanos  somos terríveis: guerras, roubos,  injustiça social, poluição, assassinatos, entre outros. Sinto uma grande vergonha por  pertencer a esta espécie de primatas semi-racionais. Porém, Machu Picchu apaga um pouco essa sensação. Se a nossa espécie foi capaz de construir algo tão belo, então é até possível sentir uma pontinha de orgulho..
Cansadíssimos...mas felizes..









Já sentia uma coisa estranha, essa nostalgia em relação a um lugar que vou lembrar para o resto da vida. Com certeza sentiria saudades do presente que ganhei e não pude guardar na gaveta, só na memória.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

MACHU PICCHU - ZONA SAGRADA

 Na zona sagrada existe uma colina cujos lados foram convertidos em terraços, tomando a forma de uma grande pirâmide de base poligonal.

 No alto dessa colina  e de acesso limitado a um numero mínimo de pessoas encontra-se a pedra Intihuatana ("onde se amarra o Sol") - o calendário solar-, um dos objetos mais estudados de Machu Picchu, que foi relacionada com uma série de lugares considerados sagrados a partir do qual se estabelecem claros alinhamentos entre acontecimentos astronômicos e as montanha circundantes.















Intihuatana é uma espécie de observatório astronômico capaz de prever o dia exato dos solstícios e dos equinócios e foi foi esculpida numa única peça


















Descendo da colina atingimos o  extremo 
norte da cidade.





O extremo norte da cidade é assinalado  por uma rocha sagrada.
É uma pedra de face plana colocada sobre um amplo pedestal e está esculpida  e alinhada com o perfil da montanha situada em frente que devido ao nevoeiro não se conseguiu vislumbrar.


Templo das Três Janelas, cujos muros de grandes blocos poligonais foram foram colocados como um quebra-cabeças


Continuando a descer desta zona alta...



... voltámos a ter uma visão belíssima e diferente sobre a zona urbana



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quinta-feira, 28 de junho de 2012

MACHU PICCHU - A ZONA URBANA



Um muro de cerca de 400 metros de comprimento divide a cidade da área agrícola. Paralelo ao muro corre um fosso usado como principal drenagem da cidade. No alto do muro está a porta de Machu Picchu que contava com um mecanismo de fechamento interno.
O trajecto dentro das ruínas é um sobe desce constante mas  como as grandes atracções estão mesmo em baixo, no sector urbano caminhámos para essa zona..


O Templo do Sol é acessível por uma porta dupla, que permanecia fechada (há restos de um mecanismo de segurança). A edificação principal é conhecida como "Torreón", de blocos finamente lavrados. Foi usado para cerimônias relacionadas com o solstício de Verão


Zona Sagrada-é chamado assim o conjunto de construções dispostas em torno de um pátio quadrado. Todas as evidências indicam que o lugar estava destinado a diferentes rituais. Inclui dois dos melhores edifícios de Machu Picchu, que são formados por rochas trabalhadas de grande tamanho: O Templo das Três Janelas, cujos muros de grandes blocos poligonais foram  postos como um quebra-cabeças, e o Templo Principal, de blocos mais regulares, que se crê que foi o principal recinto cerimonial da cidade. Junto a este último está a chamada casa do sacerdote, ou câmara dos ornamentos.





Na zona vedada sacerdotes incas estudavam os astros reflectidos em "espelhos" obtidos com água
colocada nesses depósitos


 Duas fotos da Zona Sagrada e o  pátio quadrado





















terça-feira, 26 de junho de 2012

MACHU PICCHU - ZONA AGRÍCOLA



Tiradas as primeiras fotos do incrível panorama, o guia começa as explicações. Escolhemos andar pelo caminho completo, o mais longo dentro das ruínas. Primeiro começamos pela parte agrícola, na qual os Incas fizeram degraus na encosta da montanha para usá-los como área de cultivo. São estruturas formadas por um muro de pedra e preenchidas com diferentes capas de material (pedras grandes, pedras menores, cascalho, argila e terra de cultivo) que facilitam a drenagem, evitando que a água se empoce (leve-se em conta a grande pluviosidade da região) e desmorone sua estrutura.
Cinco grandes construções localizam-se sobre os terraços ao leste do caminho inca que chega a Machu Picchu pelo sul. Foram utilizados como armazéns.


É tudo muito verde em contraste com as pedras cinzas. A construção de Machu Picchu durou cem anos, não havia pressa em terminar. Provavelmente tinha uma função militar, seria um  local para vigiar a região. Todas as construções feitas na cidade usaram pedras que já estavam lá no topo do morro. Os 500 moradores tinham tudo o que precisavam, incluindo água e comida em abundância. Por causa da sua localização, devidamente escolhida depois de muitas observações meteorológicas, o tempo bom para plantar é sempre bom. Sem esse pré-requisito, seria impossível viver em Machu Picchu, uma vez que a irrigação convencional não é viável.



Uma cidade de pedra construída no alto de um istmo entre duas montanhas e entre duas falhas geológicas, em uma região submetida a constantes terramotos e, sobretudo a constantes chuvas durante todo o ano  apresenta um desafio para qualquer construtor: evitar que todo o complexo se desmorone.Mas o segredo da longevidade de Machu Picchu e a drenagem... O solo das áreas não trabalhadas possui um sistema de drenagem que consiste em capas de pedras trituradas e rochas para evitar o empoçamento da água das chuvas. 129 canais de drenagem  estendem-se por toda a área urbana, feitos para evitar a erosão, desembocando em sua maior parte no fosso que separa a área urbana da agrícola.



domingo, 24 de junho de 2012

MACHU PICCHU - 2


 E Machu Picchu  apareceu na minha frente, repentinamente , envolta num manto de neblina que talvez ainda lhe desse mais encanto e mistério... Lembrei-me da célebre frase de Eça de Queiroz, que muito aprecio...
"Sobre a nudez forte da verdade o manto diáfano da fantasia. "











Basicamente os Incas construíram a cidade toda na ponta de uma montanha bem íngreme. . Então de cima, quando se observa Machu Picchu bem ao centro, toda a visão  é tomada pela imagem das ruínas. Agora, mal olhamos um pouco para qualquer lado, esquerda ou direita, já só se vê enormes abismos.














sábado, 23 de junho de 2012

MACHU PICCHU -1


Quando saímos da  estação em águas Calientes  esperava-nos o guia com traços faciais e altura tipicamente andinos. Pedindo que  o seguíssemos até ao local onde os autocarros partem para Machu Picchu, 450 m acima desta povoação.
Dava uns passos rápidos, enquanto fazia perguntas importantes: já compraram água? Sim. Trouxeram capa de chuva? Não. Repelente? Sim.  Soltou um “bueno” e aconselhou-nos a comprar uma capa de chuva logo ali pois, lá em cima custaria dez vezes mais....e ainda bem que comprámos...
Os autocarros partem de cinco em cinco minutos. Começam o caminho numa estrada de terra plana até passar por uma ponte sobre o Urubamba e avançam numa subida íngreme e tortuosa pela montanha.

O visual é impressionante. Às vezes mete medo, pois a estradinha de terra é estreita e as curvas passam perto do abismo, que vai ficando cada vez maior. Lá embaixo Águas Calientes é só um risco no meio do verde.
Finalmente o ônibus pára. O estacionamento é pequeno, de terra. Há uma leve subida, de baixo é possível ver à direita uma lanchonete e à esquerda o local de entrada. 
Depois de passar pela bilheteria já é possível ver algumas das estruturas, mas nada ainda daquele visual que estamos acostumados a ver em fotos. Iniciámos uma subida bem intensa com degraus altos feitos de pedra. São cerca de três minutos somente, no meio da mata, mas dá uma canseira.... Não há nenhuma dificuldade para respirar, uma vez que as ruínas estão numa altitude bem menor que Cuzco. Cansa por causa do tamanho da subida. O mato não nos deixa ver nada e nesse momento começa a chover... Quando saímos do trilho o guia diz:
- Eis Machu Picchu...e olhamos..olhamos e apenas vemos algumas ruínas e um nevoeiro terrivel...

Tiraram-nos uma foto tradicional mas que está péssima devido aos pingos de água...a decepção era grande...

O Guia sossegava-nos...este tempo é normal...daqui a pouco abre...tenham calma...

Realmente  a chuva estava  a parar e a neblina começava a deixar antever uma das maravilhas do mundo...





sexta-feira, 22 de junho de 2012

A CAMINHO DE MACHU PICCHU

Madrugámos mas não custou muito pois íamos visitar Machu Picchu. Andávamos a planear este acontecimento há muitos anos mas o medo da altitude tinha-nos impedido de realizar a viagem..Agora estávamos no caminho...que ansiedade..
Apanhámos o comboio às 7h...



Os vagões do Vistadome são bem confortáveis, têm assentos espaçosos e janelas extras no tecto óptimas para ver as paisagens. Do lado esquerdo do vagão  consegue-se ver bem o rio Urubamba durante quase toda a viagem que atravessa o Vale Sagrado



Como descemos quase 1000m para chegarmos a Águas Calientes ( Cusco está a uma altitude 100m superior a Machu Picchu) o combioi fez uma série de manobras interessantíssimas em forma de Z mudando de linha e andando de marcha atrás para que essa descida se faça mais rapidamente..


A viagem segue tranquila. Ficamos hipnotizados com as montanhas e com a beleza da mata.  Os morros da zona são muito pontudos e cobertos de vegetação. Parece que são feitos de veludo, um cenário realmente único..
O trem anda muito lentamente, não passa dos 40 quilômetros por hora. Em determinada altura ficou parado cinco minutos, para deixar passar um outro trem que vinha em direção contrária .

Quando estamos quase a chegar ao destino aparecem algumas ruínas Incas

Finalmente, três horas depois, chegamos na Municipalidade de Machu Picchu, cidade bem pequena, também conhecida como Águas Calientes. Há muitos hotéis e restaurantes, além das famosas fontes de água quente. As barracas vendendo todo tipo de artesanato são várias também.

O mais impressionante é a localização da municipalidade. O rio Urubamba passa a meio entre dois morros muito próximos e forma duas pequenas margens de cada lado. Águas Calientes está situada basicamente nesses dois pequenos espaços, apertada pelo rio e pelas montanhas.



quarta-feira, 20 de junho de 2012

ANNA E O PROBLEMA DA PALAVRA " MESMO"

Durante a estadia em Cusco, tivemos como companheira em todas as visitas uma brasileira divertida, simpatiquissima, inteligente ..uma força da natureza...Anna





Em que comboio vão amanhã para Machu Picchu?-perguntou Anna
- Sei q partimos às 7h .e não faço ideia em que lugar vamos..também não deve ser grande a viagem e nem me preocupei com o assunto
- mas vão ser 3h de comboio e eu escolhi ir numa carruagem panorâmica pois disseram-me que é muito bonito o caminho- repetia Anna
 -Upps..3h? tanto tempo..que horror, mais 3h de regresso e havia carruagens panorâmicas e provavelmente nós iriamos num cantito sem vista...Senti que não tinha feito bem o "trabalho de casa"...
Perguntei ao guia se sabia qual a nossa carruagem.. e..que alívio.íamos na carruagem panorâmica e sentados ao lado da Anna...pura sorte..uff!!


O tempo estava muito nublado e com aspecto de chuvoso..
Anna disse:
- Não vamos ter sorte com o tempo...e a culpa é minha..
- Não meteste cunha a S. Pedro?- perguntei
Meti..mas a culpa é da palavra mesmo..
??????-não percebi..
Então Anna explicou:
 O meu marido não quis vir ao Peru..eu insisti e disse que estava muito cansada e precisava de descontrair e como ele continuou a dizer que não vinha, comuniquei-lhe que vinha eu...tratei da viagem e disse-lhe que partia na semana seguinte para o Peru..
Ele perguntou:- Vais MESMO?
e Anna respondeu convicta ao marido
 Vou!! Vou MESMO!!!
 Se não tivesse respondido tão afirmativamente com  a palavra "mesmo" não lhe teriam azarado a viagem e no parte mais importante dessa mesma viagem o tempo estaria bom...

Estávamos então dependentes  da força que a palavra "mesmo" dita por Anna iria influenciar o tempo...as perspectivas não eram boas...
Sempre que começava a chuviscar lá dizia a Anna:
 Devia só  ter dito  Vou...Pq fui arrogante e acrescentei o Mesmo?
Restava-nos esperar para ver como iria correr a visita tão ansiada a Machu Picchu...








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terça-feira, 19 de junho de 2012

OLLANTAYTAMBO - A DESCIDA

Antes de iniciarmos a descida das ruínas, parámos mais um pouco para absorver tanta beleza

A risca clara "vertical" que se observa na montanha direita corresponde a uma fenda provocada por um violento sismo


Se a subida tinha sido difícil , garanto que a descida também não foi fácil..



Percorremos vários templos e torneámos a montanha 
através de uma vereda sem protecção imprópria para quem sofre de vertigens. Na parte mais larga ainda cliquei mas na zona estreita não me atrevi...


Lá muito em baixo podíamos ver as ruínas das salas de banho.










e continuámos a descer......







Finalmente estávamos no solo onde encontrámos as salas de banho e os seus canais de água e fontes




Passámos um dia tão agradável e a companhia tão boa que não resistimos a tirar uma foto de grupo



 e saímos de Ollantaytambo cansados mas encantados...



Amanhã, de madrugada, iriamos finalmente conhecer Machu Picchu..