segunda-feira, 22 de abril de 2013

MUSEU DO GENOCÍDIO TUOL SLENG (S - 21)


Com uma economia essencialmente agrícola, dependente quase exclusivamente da produção de arroz, o Camboja apresenta baixo Índice de Desenvolvimento Humano (0,494) e expectativa de vida de apenas 59,7 anos.
As guerras e conflitos também deixaram marcas profundas em sua população. Após a Segunda Guerra Mundial, o país  tornou-se independente da França e o crescimento comunista abriu caminho para um dos mais sangrentos conflitos da história mundial recente.
Partidário do Khmer Vermelho, o governante Pol Pot promoveu o que ficou conhecido como Genocídio Cambojano, que ceifou a vida de mais de dois milhões de pessoas – cerca de 25% da população à época. Tudo isso entre 1975 e 1979.
O massacre foi combatido pelo vizinho Vietname, mas os Khmers Vermelhos só foram destituídos do poder nos anos 1990, sob intervenção da ONU, que deu início a um processo de democratização.

Tomámos consciência sobre este massacre terrivel visitando o museu Tuol Sleng...foi um momento emotivo, devastador que nunca mais conseguirei esquecer...













No passado, o lugar era a escola secundária Tuol Svay Prey. Durante o regime de Pol Pot, o colégio foi transformado na Unidade de Aprisionamento e Interrogatório S-21, ou Tuol Sleng, que em khmer significa “Montanha das Árvores Venenosas”.
As estimativas de pessoas aprisionadas para interrogatório e tortura entre 1975 e 1979 nesta prisão variam de 17,000 a 24,000, das quais apenas doze pessoas sobreviveram. Em qualquer período durante o reinado de terror do Khmer Vermelho a prisão continha um número médio que variava entre 1,000 e 1,500 prisioneiros. Os internos foram repetidamente torturados e coagidos a se confessarem como “espiões” ou “conspiradores” ou mesmo a nomear parentes e amigos como tal, que por sua vez, eram também presos, torturados e mortos em nome do regime. Nos primeiros meses de existência da S-21, a maioria das vitimas eram trabalhadores do regime de Lon Nol e pessoas com algum nível de educação formal, o que incluía soldados, professores, médicos, oficiais do governo, burocratas, engenheiros, comerciantes, funcionários públicos e até mesmo monges budistas e professores de escolas primárias.


Quando os prisioneiros eram trazidos para Tuol Sleng, eram obrigados a decorar dez regras que deveriam seguir durante seu encarceramento:

1) Você deve me responder de acordo com as minhas perguntas
2) Não tente esconder os fatos inventando desculpas ou escusas. Você está expressamente proibido de me contestar.
3) Não seja tolo ao ponto de tentar atrapalhar a revolução.
4) Você deve responder imediatamente às minhas ordens, sem perder tempo para refletir.
5) Não me fale das suas imoralidades ou da essência da revolução.
6) Enquanto recebe chicotadas ou choques elétricos, você está proibido de gritar.
7) Não faça nada. Fique quieto e espere por minhas ordens. Se não houver ordens, mantenha-se quieto. Quando houver ordens, cumpra-as imediatamente, sem protestar.
8) Não faça pretextos sobre Kampuchea Krom com o objetivo de esconder seus segredos ou traições.
9) Se você não seguir todas as regras citadas acima, você receberá como punição muitas chicotadas de fio elétrico.
10) Se você desobedecer qualquer  dos pontos receberá dez chicotadas ou cinco choques elétricos.
(notao texto apresenta um certo grau de incoerência devido à péssima tradução do khmer para o inglês.)

1 comentário:

  1. Foi o lugar onde mais me emocionei, este museu é tão terrìvelmente cruel como nunca encontrei outra coisa semelhante. Vejam esta comparação, o Cambodja tem quase a mesma população de Portugal-8 milhões, destes, 25% foram executados a começar pelos mais instruídos- PORQUE SIM. Já pensaram o que seria assassinar 2,5 milhões de pessoas em Portugal, a começar pelas mais instruídas?

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