segunda-feira, 29 de abril de 2013

O FOTÓGRAFO DA MORTE - ENTREVISTA DE NHEM EN

Não posso deixar de publicar a entrevista dada pelo " Fotógrafo da Morte" como era conhecido. Esta entrevista foi publicada pelo Jornal de Noticias

Nhem En, o fotógrafo das vítimas do genocídio cambojano

Publicado em 2011-10-09



Pouco antes de serem executados, Nhem En pedia-lhes o favor de olharem fixamente para a objectiva. Que não inclinassem a cabeça. Que não se mexessem. "Tentei que saíssem o mais favorecidos possível", conta o retratista das vítimas do genocídio cambojano. "É esse o trabalho do fotógrafo, não é?", pergunta.
foto DIREITOS RESERVADOS
Nhem En, o fotógrafo das vítimas do genocídio cambojano
Nhem En tirava fotos aos que iam ser executados
Segundo contou ao jornal espanhol "El Mundo", Nhem En tinha 16 anos quando foi recrutado pelos Khmers Vermelhos e enviado para a prisão de Toul Sleng, mais conhecida como S-21. Apenas nove dos 14 mil reclusos que por ali passaram sairam com vida.
Os rostos dos que ali morreram, os seus gestos de resignação, os seus olhares perdidos, estão hoje pendurados nas paredes da prisão, entretanto transformada no Museu do Genocídio de Phnom Penh.
Quando o regime dos Khmers Vermelhos foi derrubado, em 1979, foram encontrados cerca de seis mil negativos nos arquivos da prisão. Homens e mulheres. Velhos e crianças. Muitos deles imortalizados com sinais de tortura recentes. Alguns já sem vida.
O fotógrafo da morte recorda que tinha que remover a venda dos olhos dos reclusos, posicioná-los correctamente e guardam silêncio quando perguntavam o que é que estava a fazer e porque estavam ali. "Sou apenas o fotógrafo", murmurava.
Uma vez interrogados e fotografados, os reclusos eram conduzidos aos campos da morte e executados com um tiro na cabeça ou um golpe de faca do mato. A sua sentença era resumida a apenas um frase: "Destruir-te não envolve qualquer perda, preservar-te não traz qualquer benefício".
Nhem En viaja até ao passado e diz não ter qualque remorso. "Por que haveria de sentir?", pergunta. "Não matei ninguém. Só os fotografei. Fiz o que me mandaram".
O fotógrafo é um dos milhares de cambojanos que participaram no genocídio de Phnom Penh que não irão sentar-se nos bancos dos réus. O acordo assinado entre as Nações Unidas e o governo para procurar justiça limitou os processo a apenas cinco acusados. Kaing Guek Eav, o chefe da S-21, foi sentenciado no ano passado a 35 anos de prisão. Outros quatro dirigentes aguardam que os seus processos sejam retomados.
Nhem En encontrou outro modo de vida ocupando vários cargos políticos no antigo bastião dos maoístas em Anlong Veng, no norte do país. O seu passado como chefe do serviço de fotografia da S-21 permitiu-lhe montar um negócio turístico e ganhar dinheiro extra com a venda de lembranças dos Khmers Vermelhos, incluindo leiloando as máquinas que utilizou para fotografar os que iam morrer.
A sua foi a última voz que muitos dos que morreram ouviram. Dizia-lhes: "Não inclines a cabeça. Olha para a objectiva. Não te mexas".

sexta-feira, 26 de abril de 2013

OS RETRATOS ANTES DA MORTE - MUSEU DO GENOCÍDIO - S-21

O que me impressionou mais nesta visita ao Museu do Genocídio foram os retratos dos prisioneiros A maior parte desses retratos eram fotografias tiradas antes da execução...retratos cheios de olhares vazios e de expressões sem sentimentos..só se notava a desistência, conformação com um destino tão injusto...

Fotografias tiradas pelo denominado "fotógrafo da morte" Nhem Em
Ele próprio disse:
-"A sua foi a última voz que muitos dos que morreram ouviram. Dizia-lhes: "Não inclines a cabeça. Olha para a objectiva. Não te mexas".

Não consegui tirar mais fotografias ...a angústia,a emoção o horror, a dor venceram-me e marcaram-me para toda a vida... 

quarta-feira, 24 de abril de 2013

VIDA NA PRISÃO S-21: DA TORTURA AO EXTERMÍNIO


Ao chegarem à prisão, os prisioneiros eram fotografados e era exigido que fizessem uma biografia detalhada de suas vidas, começando por sua infância e terminando por sua prisão. Feito isso, eram forçados a retirarem suas roupas íntimas e seus bens eram confiscados, e então, os prisioneiros eram levados a suas celas. Aqueles que eram levados a celas menores (as baias individuais) eram algemados às paredes ou ao chão de concreto. Os prisioneiros levados às celas maiores (coletivas) eram algemados a longas barras de aço. Os prisioneiros dormiam no chão, pois não havia colchões, redes ou cobertores no presídio. 
O dia na prisão começava às 4:30 da manhã, quando os prisioneiros eram evacuados de suas celas para inspeção. Os guardas inspeccionavam se as algemas estavam frouxas ou se havia algum objeto escondido que pudesse ser usado pelos prisioneiros para que se cometesse suicídio. Com o passar dos anos, muitos prisioneiros tiveram sucesso nas suas tentativas de suicídio e  então os guardas passaram a ser mais minuciosos ao verificar folgas em correntes e ao procurar objetos em celas.
A prisão possuia regras extremamente rígidas, e brutais espancamentos eram aplicados como punição a todo e qualquer prisioneiro que as infligisse. Praticamente todas as acções tomadas pelos internos deveriam ser aprovadas pelos monitores. As humilhações eram cruéis e frequentes: não raros eram os casos em que prisioneiros eram forçados a comer fezes e beber a urina de outros prisioneiros. As condições sub-humanas e a falta de higiene freqüentemente causavam diversas doenças. As unidades médicas da prisão estavam unicamente  orientadas para  se limitarem a manter os internos vivos até o término dos interrogatórios.
A maioria dos internos da S-21 eram mantidos por lá durante 2 ou 3 meses.  Ao fim de dois ou três dias após serem levados a S-21, todos os prisioneiros eram conduzidos ao interrogatório.
Sala de interrogatório


O sistema de tortura em Tuol Sleng foi projectado para fazer com que os internos confessassem quaisquer crimes de que fossem acusados pelo “partido”. Os prisioneiros eram rotineiramente agredidos e submetidos a tortura com choques elétricos, instrumentos de metal incandescentes e sufocamento com sacos plásticos. Métodos amplamente utilizados para obter confissões incluíam o uso de afogamento simulado, remoção de unhas do prisioneiro com despejamento de álcool sobre a ferida, e a remoção da pele de algumas partes do corpo (com as vítimas ainda vivas). Mulheres muitas vezes eram estupradas por guardas e apresentavam genitais mutilados e  seios amputados. Apesar da maioria dos prisioneiros terem morrido devido a esse tipo de abuso, os oficiais não eram encorajados a matá-los, já que o Khmer Vermelho precisava de suas confissões.
Nas suas confissões, os prisioneiros eram obrigados a descrever sua historia de vida pessoal. Se fossem membros do partido, deveriam descrever suas funções dentro da Angkar. Depois deveriam relatar seus supostos actos de traição em ordem cronológica. O terceiro passo da confissão descrevia a transcrição das supostas conversações e dos planos frustrados de traição. Por último, o traidor nomearia uma série de outros supostos traidores, que poderiam incluir seus amigos, colegas, família e conhecidos. Algumas dessas “listas” continham mais de 100 nomes. As pessoas cujos nomes constavam nessas listas eram, na maioria das vezes trazidas para interrogatório e todo o processo recomeçava....




No primeiro ano de existência da S-21, os cadáveres eram enterrados nas proximidades da prisão. Nos anos seguintes,  os oficiais acabaram por ficar sem espaço físico para enterrar os cadáveres, então, os prisioneiros e suas famílias passaram a ser levados ao Centro de Extermínio Choeung Ek,  
a cerca de quinze quilômetros de Phnom Penh. Lá, eles eram mortos com bastões, barras de ferro, machados,  moto-serras, e muitas outras armas brancas. Após as execuções, as vítimas eram enterradas pelos soldados em sepulturas coletivas que comportavam de 6 a 100 corpos simultaneamente.

Há somente  notícia de que apenas doze pessoas  sobreviveram.  Desses, apenas quatro se encontram ainda vivos: Vann NathChum MeyBou Meng e Chim Math, a única mulher entre os sobreviventes. Os três homens foram mantidos vivos porque eles tinham habilidades que os oficiais julgavam ser úteis para o partido. Vann Nath era um artista habilidoso e foi indicado para pintar retratos de Pol Pot.  Bou Meng, cuja esposa foi morta na prisão também é um artista. Chum Mey foi mantido vivo por razão de sua perícia em maquinaria. Chim Math foi mantida em Tuol Sleng por 2 semanas e transferida para a unidade prisional de Prey Sar. Ela pode ter sido poupada pelo facto de ser oriunda do distrito de Stoeung, em Kampong Thom, local de nascimento de Kang Kek Iev, o “Camarada Duch”

segunda-feira, 22 de abril de 2013

MUSEU DO GENOCÍDIO TUOL SLENG (S - 21)


Com uma economia essencialmente agrícola, dependente quase exclusivamente da produção de arroz, o Camboja apresenta baixo Índice de Desenvolvimento Humano (0,494) e expectativa de vida de apenas 59,7 anos.
As guerras e conflitos também deixaram marcas profundas em sua população. Após a Segunda Guerra Mundial, o país  tornou-se independente da França e o crescimento comunista abriu caminho para um dos mais sangrentos conflitos da história mundial recente.
Partidário do Khmer Vermelho, o governante Pol Pot promoveu o que ficou conhecido como Genocídio Cambojano, que ceifou a vida de mais de dois milhões de pessoas – cerca de 25% da população à época. Tudo isso entre 1975 e 1979.
O massacre foi combatido pelo vizinho Vietname, mas os Khmers Vermelhos só foram destituídos do poder nos anos 1990, sob intervenção da ONU, que deu início a um processo de democratização.

Tomámos consciência sobre este massacre terrivel visitando o museu Tuol Sleng...foi um momento emotivo, devastador que nunca mais conseguirei esquecer...













No passado, o lugar era a escola secundária Tuol Svay Prey. Durante o regime de Pol Pot, o colégio foi transformado na Unidade de Aprisionamento e Interrogatório S-21, ou Tuol Sleng, que em khmer significa “Montanha das Árvores Venenosas”.
As estimativas de pessoas aprisionadas para interrogatório e tortura entre 1975 e 1979 nesta prisão variam de 17,000 a 24,000, das quais apenas doze pessoas sobreviveram. Em qualquer período durante o reinado de terror do Khmer Vermelho a prisão continha um número médio que variava entre 1,000 e 1,500 prisioneiros. Os internos foram repetidamente torturados e coagidos a se confessarem como “espiões” ou “conspiradores” ou mesmo a nomear parentes e amigos como tal, que por sua vez, eram também presos, torturados e mortos em nome do regime. Nos primeiros meses de existência da S-21, a maioria das vitimas eram trabalhadores do regime de Lon Nol e pessoas com algum nível de educação formal, o que incluía soldados, professores, médicos, oficiais do governo, burocratas, engenheiros, comerciantes, funcionários públicos e até mesmo monges budistas e professores de escolas primárias.


Quando os prisioneiros eram trazidos para Tuol Sleng, eram obrigados a decorar dez regras que deveriam seguir durante seu encarceramento:

1) Você deve me responder de acordo com as minhas perguntas
2) Não tente esconder os fatos inventando desculpas ou escusas. Você está expressamente proibido de me contestar.
3) Não seja tolo ao ponto de tentar atrapalhar a revolução.
4) Você deve responder imediatamente às minhas ordens, sem perder tempo para refletir.
5) Não me fale das suas imoralidades ou da essência da revolução.
6) Enquanto recebe chicotadas ou choques elétricos, você está proibido de gritar.
7) Não faça nada. Fique quieto e espere por minhas ordens. Se não houver ordens, mantenha-se quieto. Quando houver ordens, cumpra-as imediatamente, sem protestar.
8) Não faça pretextos sobre Kampuchea Krom com o objetivo de esconder seus segredos ou traições.
9) Se você não seguir todas as regras citadas acima, você receberá como punição muitas chicotadas de fio elétrico.
10) Se você desobedecer qualquer  dos pontos receberá dez chicotadas ou cinco choques elétricos.
(notao texto apresenta um certo grau de incoerência devido à péssima tradução do khmer para o inglês.)

sexta-feira, 19 de abril de 2013

PHNOM PENH - A CAPITAL DO CAMBOJA

Phnom Penh, a capital do Camboja, possui aproximadamente 1,5 milhão de habitantes e está  situada nas margens do Rio Tonlé Sap, junto à confluência com o Rio Mekong. Pode-se dizer que é uma cidade razoavelmente agradável (considerando o caos que costuma predominar nas outras capitais e grandes cidades do sudeste asiático). É uma cidade de ruas largas ( o que melhora o fluxo do trânsito) e possui grandes praças, onde a população faz ginástica e pratica Tai Chi Chuan.
Foi conhecida como a "Pérola da Ásia" na década de 20 do século XX, muito por influência da sua arquitectura, uma mistura da arquitetura francesa da época colonial com a tradicional arquitectura khmer. Apesar da destruição causada por décadas de guerra, mantém algum do seu charme herdado desse período. Graças à sua riqueza histórica e cultural, é um importante destino turístico, sendo os pontos turísticos de maior interesse o Palácio Real e o Museu nacional.





                                 



 Palácio real e  maquete de Angkor What
Museu Nacional

E fomos visitar um mercado bem tipico

































terça-feira, 16 de abril de 2013

ANGKOR WAT - O SÍMBOLO DE UM PAÍS



Angkor representa o coração e a alma do Camboja: é o principal símbolo do país. O desenho do templo está no centro da bandeira nacional azul e vermelha. O perfil do conjunto com suas torres estava presente até mesmo na bandeira vermelha revolucionária adotada durante os regimes comunistas de 1975 a 1989.
O orgulho que os cambojanos sentem pela majestosa construção tem fundamento. Na época de sua construção, antes de 1150, a Europa vivia um período medieval obscuro e nenhum castelo ou templo no Ocidente chegava aos pés do que era Angkor.

 Angkor é considerado o maior monumento religioso do mundo. 

Pesquisadores concluíram que existem mais pedras aqui – e mais elaboradas – do que nas Grandes Pirâmides do Egito.

Edificado na primeira parte do século 12 como um santuário hinduísta dedicado a Vishnu, Angkor transformou-se no século seguinte em um templo budista e continua até hoje a ser um local de veneração. Pequenos rituais ainda acontecem em recantos menos visitados e não há monge budista que não venha conhecer o local. Eles estão por toda a parte e não passam desapercebidos com suas vestes laranjas.



O que levou seu rei a construir esse magnifico templo foi a insegurança causada pela forma como chegou ao poder - usurpando o trono do tio aos 14 anos. Pretendendo consolidar-se como legítimo rei, Suryavarman II, no começo do século XII, foi orientado por seus conselheiros e iniciou a construção do templo: a arquitetura e a arte são em diversas culturas uma forma de um rei provar ser o escolhido pelos deuses para reinarSua primeira decisão foi a escolha de Vishu como padroeiro - deus hindu, sempre escolhido pelos reis em tempos de guerra. E em sua homenagem começou-se a erguer Angkor Wat. O material escolhido não foi a madeira – comum nas construções do povo Khmer – pois esta, assim como os homens, tem um fim. Para a tarefa trouxeram cerca de cinco mil operários de todos os lugares dos reinos, que buscaram pedras e matérias das regiões mais longínquas, revestiram o pântano e construiram um complexo sistema de engenharia para o templo não afundar.
Subida ao " Monte Meru"
Além do povo, o rei requisitou arquitetos, filósofos, poetas e profetas neste projeto, para que sua alma fosse direto para o paraíso com a construção do templo. Sua escala é divina, reproduzindo na terra o mundo dos deuses em ricos detalhes. A concepção do templo é baseada no Monte Meru, a morada dos deuses, que estaria localizada em um dos cinco montes ao norte do Himalaia. Por isso, no centro fica a torre principal, rodeada por cinco torres – com formato de flor de lótus - que se elevam a 65 metros dos pântanos.


A construção é toda em laterita – um tipo de solo que, quando seco, se torna uma rocha resistente. Esta rocha não é muito bela e está cheia de buracos, o que impossibilitava o trabalho dos escultores para realização dos baixos-relevos e outros entalhes. A solução veio da vizinha Índia, que utilizava o arenito nas esculturas de suas construções. Assim, blocos gigantes de quatro toneladas foram transportados pelos canais.
Os baixo-relevos do recinto exterior, que enfeitam o corredor colunado perimetral (ou talvez para cujo visionado foi habilitado o corredor perimetral), possuem dois metros de altura, e ocupam uma extensão total de mais de 1 000 m²
Estes baixos-relevos ocupam toda a superfície do templo, seja em forma de adornos arquitetônicos, geométricos, florais, figuras femininas - presença onipresente - ou simplesmente imitando telhas, portas e janelas. Cenas do livro Mahabharata, Ramayana, Bhagavata-Purana – textos clássicos da literatura hindu - assim como um desfile do rei Suryavarman II com as suas tropas são retratados nessas obras.







 Os detalhes da decoração impressionam . Uma das singularidades é a presença de mais de 3 mil esculturas nas paredes mostrando as apsaras. Cada uma destas ninfas celestiais possui um desenho particular, mas todas apresentam traços em comum: pulseiras, braceletes e colares requintados, uma cintura bem desenhada e seios redondos e perfeitos. Pesquisadores identificaram 37 penteados diferentes. 




Seja pela história ou magnitude, Angkor Wat é o maior entre todos os templos que jamais vi...e a opinião não é só minha pois é a opinião de todos que o visitam pois por muitas descrições que se façam é impossivel por palavras descrever este templo.

domingo, 14 de abril de 2013

ANGKOR WAT - A 8ª MARAVILHA DO MUNDO

Finalmente o dia mais ansiado...o dia da visita a Angkor Wat..
foto retirada da net
Angkor foi a capital do antigo Império Khmer, que em seu auge se estendia desde o atual Myanmar até o Vietname. A palavra ‘angkor’ é derivada do Sânscrito Nagara e significa ‘cidade’. A cidade de Angkor ostentava uma população de 1 milhão de habitantes (em uma época que Londres, por exemplo, era uma cidade de apenas 50 mil habitantes). O Império Khmer viveu alguns bons séculos de prosperidade. Mas em 1432, com o seu enfraquecimento, a cidade foi saqueada pelos tailandeses e abandonada. E assim ficou esquecida durante séculos e tomada pela selva. Até que, em 1860, foi redescoberta por missionários franceses (nesta época o Camboja estava sob o protetorado francês). E apenas em 1992, foi declarada Património da Humanidade pela UNESCO e incluída como a oitava maravilha do mundo.


A construção mede de 1.500 por 1.300 m, numa extensão de aproximadamente 200 hectares, que incluem um lago perimetral de 190 metros de largura e comprimento total de 5,5 km. Está escalonado com várias fileiras de pedra. Duas passarelas de 12 m de largura e enfeitadas com uma balaustrada com a típica forma de Naga (serpente mítica com aspecto de cobra e 5 ou 7 cabeças), cruzam o lago a leste e a oeste, permitindo a entrada e saída do templo.










 Da entrada  até aos três recintos concêntricos do templo central tem que se percorrer um caminho elevado de 10 m de largura e 352 m de comprimento, também ladeado com nagas.
Estava calor e a ansiedade aumentava a cada passo..



















sexta-feira, 12 de abril de 2013

ANGKOR THOM - TEMPLO BAPHUOM


 Localizado em Angkor Thom a  noroeste de Bayon situa-se o Templo Baphuom. Construído no século XI, é um templo montanha de três camadas  construído como o Templo de estado de Udayadityavarman II  e dedicado  ao Deus Hindu Shiva.
O templo teria uma torre com cerca de 50 metros de altura.  No final do século XV, o Baphuon foi convertido em um templo budista. É o único templo da zona que pertenceu a duas religiões diferentes.
Foi então erigida, no segundo nivel, uma estátua de um Buda reclinado com 9m de altura e 70m de comprimento. Para tal foi necessário demolir uma parte da torre o que explica a sua ausência na actualidade..













 O templo foi construído em terreno muito arenoso, e devido ao seu imenso tamanho e instabilidade, já só se podem ver ruinas mas que são bem interessantes e fotogénicas.
Em 2010 houve grandes derrocadas pelo que tem estado interdita a visita...tivémos a sorte de ainda o podermos visitar...

quarta-feira, 10 de abril de 2013

ANGKOR THOM - TEMPLO BAYON

A densa floresta que rodeia o templo esconde a sua posição em relação a outras estruturas. Só através do mapa,  percebemos que Bayon foi construído exatamente no centro do quadrilátero que é Angkor Thom.

Bayon foi construído em cima de um velho santuário que foi parcialmente  escavado, na actualidade. O antigo traçado é difícil de perceber-se hoje, por causa das galerias construídas para acomodar cada vez mais estátuas e parentes endeusados. Durante a reação Hindu que se seguiu ao reino de Jayavarman VII, imagens e relevos foram destruídos o que contribuiu para que hoje o monumento pareça tão complexo.
                Por muito tempo, foi  mal identificado  como um templo hindu mas um frontão descoberto em 1925, representando Lokiteshvara ou Avalokiteshvara, identificou Bayon como um templo budista. Esta descoberta mudou também a datação do monumento que os estudiosos pensavam ser do século IX. A data passou a ser o fim do século XII mas nem por isso o templo deixou de ser um dos mais enigmáticos de Angkor. Seu simbolismo, forma original, mudanças e adições em sua construção não foram corretamente explicadas, sendo um desafio tanto para arqueólogos como para historiadores.


Mais de duzentas faces esculpidas nas  54 torres dão ao templo seu caráter majestoso. As faces tem os cantos dos lábios levemente erguidos, olhos com pálpebras  baixas e o conjunto forma o famoso “ sorriso de Angkor”. A iconografia das quatro faces foi muito estudada e debatida por estudiosos. Alguns acham que representam o Bodhisattva Avalokitteshevara mas o que é geralmente  aceito é a teoria de que representam o próprio rei Jayavarman VII e sua omnipresença.

Para o visitante atento, algumas das faces parecem abrir os olhos.
 Alguns estão de olhos abertos e outros, fechados. Efeito das manchas do tempo ? Foram esculpidos assim ou  é só um efeito para o místico ? Não há como afirmar com certeza. É um fenomeno para ser vivenciado.
Dentro de
Angkor Thom encontra-se também o Terraço dos Elefantes que é formado por uma plataforma de 350 metros de comprimento do lado leste do Palácio Real de Angkor Thom. Os terraços são estruturas muito diferentes dos outros templos de Angkor,  e são uma parada essencial, pois incluem as esculturas de Airavata, elefante de Indra de três cabeças, bem como uma impressionante variedade de baixos-relevos.

Foram usados pelo rei Angkor Jayavarman VII como uma plataforma para ver o seu exército vitorioso retornando. Foi usado também como um enorme palanque para cerimônias públicas e base para o salão de audiências do rei.