quinta-feira, 28 de março de 2013

SAIGÃO E A GUERRA - TÚNEIS DE CU CHI

Saigão. O nome da cidade, por si só, traz à memória cenas revistas vezes sem conta em filmes, documentários ou artigos de imprensa. Imagens típicas de uma guerra tão absurda como todas as guerras. Sequências intermináveis de bombas a caírem do céu, jovens estropiados, crianças aterrorizadas gritando e chorando e morrendo. Nomes como o napalm ou o Agente Laranja tornam-se escandalosamente familiares. Pelos piores motivos. E, estando fisicamente aqui, no sul do Vietname, estas memórias ganham vida ao misturar-se com a realidade presente. Um encontro difícil de suportar.










Visitar o Museu da Guerra em Saigão, por exemplo, não é uma experiência agradável. Uma vasta colecção de fotografias da chamada Guerra do Vietname, no tempo em que os fotógrafos circulavam sem restrições no teatro de operações, impressiona pela frieza com que conta aos visitantes a história de um conflito tão ilógico quanto sangrento. Mostra rostos com nome. Nomes com vida. Quase se sente o cheiro do napalm ao percorrer as salas do museu

Fomos ver como os vietcongs enfrentaram o poderoso inimigo americano e as tropas do sul do país então dividido.Fomos até aos túneis de Cu Chi, a duas horas de viagem de Saigão. Entrar naqueles túneis foi uma experiência marcante. Rastejei como um verdadeiro vietcong através  de túneis incrivelmente estreitos e baixos. O ar abafado, apesar dos sistemas de refrigeração engenhosamente inventados e camuflados na selva dificultava a respiração.  No fim, suávamos em bica mas estávamos satisfeitos com a experiência.
Os túneis de Cu Chi são uma imensa rede de túneis subterrâneos ligando  o distrito de Cu Chi localizado nos arredores de Ho Chi Minh City, e fazem parte de uma muito maior rede de túneis que se espalhavam em grande parte do país. Os túneis de Cu Chi foram palco de várias campanhas militares durante a Guerra do Vietnam, e era a base de operações dos Viet Congs na ofensiva Tet, em 1968.

Os túneis foram utilizadas pela guerrilha Viet Cong para se esconder durante o combate, bem como servindo de comunicação e as vias de aprovisionamento, hospitais, alimentação,  deposito de armas e alojamentos para numerosos guerrilheiros.

Os túneis geralmente eram feitos em três diferentes níveis o primeiro a cerca de 1-2 metros de profundidade o segundo a 4-5 metros de profundidade e os mais profundo podendo estar a quase 8 metros. Incrível era como era feito o sistema de ventilação e renovação do ar  com bambu oco, e também usavam outros artifícios para se desfazer da fumaça quando cozinhavam



Soldados americanos utilizaram o termo “Black echo” para descrever as condições dentro dos túneis. Para os Viet Congs, a vida nos túneis foi difícil. Ar, alimentos e água eram escassos e os túneis eram infestados com formigas, centipedes venenosas, aranhas e mosquitos. Às vezes, durante períodos de fortes bombardeio ou circulação tropas americanas, eles eram obrigados a permanecer no subsolo para muitos dias de uma só vez. Doenças eram galopantes entre as pessoas que viviam nos túneis, especialmente a malária, que representou a segunda maior causa de morte . Um relatório do exercito americano sugere que os VietCong capturados,metade da unidade tinha malária e que quase cem por cento tinham parasitas intestinais.” Apesar destas dificuldades, os Viet Congs conseguiram algo quase improvável contra um exército que era tecnologicamente muito superior..

1 comentário:

  1. É absolutamente surpreendente o que se encontra dissimulado no subsolo de Saigão (Ho-chi-min). Parece que estamos parados em lugar seguro e mostram-nos que à nossa volta e por debaixo está tudo escavado. Têm uma rede de túneis que termina no rio a cerca de 100 km, foi assim que conseguiram vencer. A locakalidade de Cu-chi, um lugar dos arredores da cidade, estava todo minado com ligações até dentro de Saigão.

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