quarta-feira, 12 de junho de 2013

DESCENDO AO FUNDO DA CRATERA DE NGORONGORO

Dentro da cratera existe um mosaico dos ecossistemas do leste africano, com savanas, riachos, lagos, florestas e pântanos, onde habitam milhares de animais selvagens ( calcula-se 25000 no total). Há aproximadamente 3 000 búfalos, 8 000 gnus, 7 000 zebras, 100 leões, 400 hienas, 70 elefantes, entre outro animais "raros"e  uma infinidade de pássaros.
Javali


As paredes de 600 metros de altura não compõem uma barreira geográfica ao trânsito de muitos animais, no entanto a  maioria dos animais prefere permanecer lá dentro, por causa da abundância de alimentação e existência de água doce
 Para se descer no interior da cratera, é preciso estarmos acompanhados de um motorista-guia. Cercados de animais somos proibidos de sair do carro e transitar a pé, e só podemos fotografar e filmar por uma abertura no teto do veículo. Também não é permitido dirigir fora dos trilhas, e teoricamente não pode haver mais de cinco carros observando a mesma cena, o que nem sempre se cumpre quando se observa algum animal/situação rara...







À medida que o motorista percorre lentamente o fundo da cratera, passámos por um  lago salgado com muitos flamingos rosados A borda da cratera que agora fica para trás  destaca-se  contrastando com o céu azul. Pode-se ouvir o barulho de zebras e gnus misturado com outros sons exóticos. Sem dúvida, é um paraíso!
Vimos aqui os maiores elefantes.Um deles tinha  presas que  mediriam quase dois metros e estavam bem próximas do solo. Como as presas nunca param de crescer, não é difícil calcular que este gigante também deveria ser o mais idoso de todos. Na cratera só se encontram elefantes machos. Isso acontece porque as manadas que incluem as fêmeas tendem a ser muito grandes e, além de raramente passarem pela cratera durante suas migrações, não encontram ali comida suficiente .



















Tivemos uma sorte imensa de ver 3  rinocerontes negros  a poucos metros . Foi uma oportunidade rara observá-los tão de perto no seu habitat. Esta fera que inspira medo está quase em extinção e estima-se que haja menos de 20 na cratera...é um dos "big five" mais difícil de observar...

segunda-feira, 10 de junho de 2013

CRATERA DE NGORONGORO

Saímos do Quénia e após muita burocracia entrámos na Tanzania. Ganhámos uma  muito agradavel companhia para o resto da viagem, Rafael, brasileiro e amante da natureza como nós...a sua companhia foi uma mais valia inesperada.
Almoçámos em Arusha e daí seguimos para Ngorongoro
Estavamos na borda de uma imensa cratera circular de quase 20 km de diâmetro. A vista lá de cima era surpreendente, pois o interior do vulcão aparece como um enorme buraco,  600 metros abaixo do local onde nos encontrávamos
A cratera de Ngorongoro surgiu há 2,5 milhões de anos, quando o vulcão que existia naquele lugar desabou. Esse vulcão tinha altura quase igual à do Monte Kilimanjaro. Seu interior, porém, era um tanto oco, e o topo sustentado apenas pelas constantes erupções de lava. Quando esta lava começou a ser expelida por buracos formados nas paredes do vulcão, o topo perdeu sua sustentação e implodiu, formando a cratera, cuja borda perfeita tem uma altitude de 2 100 metros
É a maior e mais completa caldeira existente no mundo, cercada por paredes quase intactas do antigo vulcão.
É também considerada a Arca de Noé da África Oriental, por abrigar no seu seio a quase totalidade das espécies animais daquela região, integrados num ecossistema que ainda não foi afectado pela mão do homem. Observado do alto das suas falésias ou do fundo da sua vastíssima cratera, a cratera de  Ngorongoro é  chamada de “a oitava maravilha do mundo”

sábado, 8 de junho de 2013

ADEUS QUÉNIA - ASANTE!!!! ( obrigada)

Acordámos com o nascer do sol pois estávamos de partida para a Tanzania.

Despediamo-nos do Kilimanjaro e das sua neve eterna..

Pelo caminho fomos vendo grous coroados
 e hipopótamos no seu SPA..








Um grupo de camelos vagueava indolentemente
















Havia uma serenidade que se sentia " no ar" mas que depressa de diluiu quando chegámos à fronteira com a Tanzania...há muito tempo que não passavamos uma fronteira terrestre e foi uma corrida para obter carimbo de saída e  visto de entrada pois todas as condições de infra estrutura eram muito primárias.





Entrámos então na Tanzania..






quarta-feira, 5 de junho de 2013

TRIBO MASAI - TRADIÇÕES E CULTURA

Os Masai cozinham no chão e para tal fazem fogueiras. Claro que não usam fósforos para atearem o fogo mas conseguem- no friccionando vários paus..










Quando chegámos à aldeia estavam a assar carne numa dessas fogueiras que distribuíram por um grupo de  que estavam sentados à sombra de uma árvore.

Cordialmente ofereceram-nos um pedaço. O meu marido comeu e disse que estava muito saborosa...para mim foi um momento bem embaraçoso pois não podia recusar mas a carne estava em sangue e tinha um aspecto que não me agradava muito. Todos olhavam para mim e eu com cara de enjoada de certeza, embora pensando na doença intestinal que iria apanhar, lá meti o pedaço de carne na boca e com subtileza ( acho eu..) tirei-o e deixei ficar escondido na mão até me conseguir livrar dele ( com remorsos)..
Os remédios naturais

Os habitantes desta aldeia estavam divididos por faixas etárias. Os que tinham 40-50 anos já considerados com bastante idade confraternizavam de baixo de uma árvore. Os que teriam idade à volta dos 60 anos debaixo de outra e os anciões ( com 70 anos já se considera muito idoso) mais  conversavam mais afastados dos grupos anteriores.


Por serem nómadas e morarem em locais bem isolados e distantes de hospitais, eles fazem os seus próprios remédios: para a dor de cabeça, dor nas costas e joelhos (já que dão muitos pulos como forma de competição nas suas cerimônias),para ajudar no parto e um especialmente pra dar conta das 10 mulheres (que alguns possuem) durante a mesma noite.
Os masai são poligâmicos e quando se casam devem dar 10 vacas para a família da mulher (ou seja, quanto mais vacas tiver, mais mulheres poderá adquirir).
Saitoti, o nosso anfitrião (falava um inglês perfeito) já tinha uma mulher e uma filha e no próximo ano iria casar outra vez pois estava a acumular e quase a atingir o número de vacas necessárias para tal..



Os casamentos são planeados, marcados por um homem que desenha um X vermelho na barriga de uma mulher grávida solteira. Se ela recusar, será desligada de sua casa. As mulheres só se podem  casar uma única vez na vida.
Os homens podem-se  "divorciar" mas terão que dar ao sogro o número de vacas pelo qual tinham comprado a esposa..
Os jovens Masais que foram circuncidados no mesmo ano permanecerão num mesmo grupo para o  resto de suas vidas. Eles ajudar-se-ão mutuamente e 
colocarão suas casas e esposas a disposição uns dos outros.








Quando a visita estava a acabar as mulheres da tribo mostraram-nos  obras de artesanato fabricadas por elas - pulseiras, colares e brincos bem coloridos cheios de missanagas como os que eles usam. Impossivel resistir..e foi uma forma mínima de os ajudar e agradecer tanta gentileza




Foi sem dúvida uma experiência intensa que nunca esquecerei ..Adorei ver os nossos nosmes gravados no braço do nosso guerreiro ..Adeus Saitoti!!!!!!!









segunda-feira, 3 de junho de 2013

AS CABANAS MASAI- ENKAJI

Sendo nómadas, os masai constroem casas temporárias com esterco de vaca e barro e estacas de acácias. As casas são construídas num círculo, e à noite, as vacas são conduzidas para o centro, protegidas dos animais selvagens. Um grupo de cabanas é construído dentro de uma área fechada por cercas espinhosas, formando uma aldeia que é chamada de "Enkang". Eles permanecem nestas aldeias enquanto seu gado tem possibilidade de pastar,  quando as pastagens secam mudam de local.


Estas casas - as enkaji- são construidas pelas mulheres e em cada uma vive uma família.
Fomos convidados  para entrar nuaa ENKAJI, uma honraria concedida a poucos mortais. Tivemos de entrar agachadospelo pequeno orifício de acesso. Ficámos surpresos ao perceber que lá dentro também não dava para ficar em pé.


Foi necessário esperar alguns minutos até que a nossa vista se acostumasse minimamante à penumbra do interior. Minúsculos orifícios permitem que tímidos raios de sol penetrem na rústica vivenda.


















Alguém me disse que podia tirar fotografias.Clikei ao acaso pois a escuridão era enorme. Quando o flash disparou assustei-me terrivelmente..à minha frente sentado na "cozinha" estava um habitante...o susto foi mútuo.como se pode ver na foto


Foi quando então consegui enxergar que o ambiente estava dividido em três cubículos: dois deles com o chão forrado de pele de carneiro.
Num deles, sobre a pele de carneiro dorme a esposa com os filhos pequenos, no outro dorme o chefe da família. No central fazem a fogueira e ali se cozinha. Não há armários..nada..a não ser lenha e uns poucos utensílios de cozinha bem rudimentares..
Deixámos a zona residencial e fomos conhecer outros costumes desta tribo

sábado, 1 de junho de 2013

AS CRIANÇAS MASAI

As crianças Masai brincam livremente nos terrenos circundantes da aldeia com brinquedos "antigos" como peões, rodas de bicicletas e tomam conta de animais ao mesmo tempo que lhes fazem judiarias..muitas vezes descalços, cheios de pó, não se importam com as moscas que posam insistentemente nas suas faces..Não sabem o
que é a internet, um ipad ou um telemóvel...mas todos eles têm um sorriso rasgado e olhos brilhantes...são felizes!!





Algumas das crianças têm um ou dois dentes incisivos centrais superiores extraídos. Tal facto serve para facilitar a alimentação dos bebês ou crianças pequenas caso adoeçam com tétano, cujo primeiro sintoma apresentado é o trismo (travamento das mandíbulas)




 A circuncisão é realizada nos meninos (que são proibidos de fazer qualquer ruído durante a cerimônia) e aclitoridectomia (remoção do clitóris) nas mulheres durante a puberdade.
Várias organizações mundiais lutam para que parem com estas tradicionais atrocidades 



A tribo que visitámos (com 140 masai)  já possui uma escola com um professor, onde as crianças aprendem inglês e se preparam para quando forem mais velhas irem frequentar uma escola mais avançada que fica a mais de 10km de distância.
A escola

Actualmente alguns jovens Masais já freqüentam  escolas superiores e misturam-se entre os comuns com roupas convencionais. Muitos até desempenham papel importante nas capitais com cargos burocráticos, mas jamais deixam de assumir as suas origens. 


quinta-feira, 30 de maio de 2013

NA TRIBO MASAI - VENHAM DANÇAR CONNOSCO...

De repente surgiu o convite..por meio de gestos pediram-me a mão e convidaram-me a dançar com eles..E eu fui...pulei e tentei imitá-las...

Depois foi a vez do meu marido que manobrou um bastão e andou em fila a rodear as guerreiras..

Foi uma grande experiência e um belo momento de confraternização entre pessoas com tão distintos hábitos e experiências de vida..
Insiro dois pequenos videos não editados( não os sei editar ...) filmados (mal..) pelo meu marido...



terça-feira, 28 de maio de 2013

RECEPÇÃO NA TRIBO MASAI- A DANÇA TRIBAL

Quando tivemos autorização para visitar a tribo todos os seus membros se encaminharam para a zona exterior da aldeia a fim de nos receber





Depois de se perfilarem, começaram a cantar e a dançar.
Os saltos e movimentos de vai e vem dos guerreiros com seus bastões é um verdadeiro espectáculo..



O calor apertava mas eles estavam habituados e não se incomodaram continuando por largos minutos com a dança tribal..









 Muitos Masais possuem uma falha dupla nos dentes incisivos pois por essa  falha  introduzem uma cânula com alimento ou medicamento de raízes, quando um doente (criança, jovem ou adulto) não consegue se alimentar.


sábado, 25 de maio de 2013

TRIBO MASAI - O GADO QUE CAÍU DO CÉU E DE CUJO SANGUE SE ALIMENTAM

Os MASAIS acreditam que durante a criação da terra, o Deus da chuva, NGAI, confiou-lhes todo o gado. Baseados nessa crença, todo gado do mundo pertence a eles e constitui o seu bem mais precioso. Por esse motivo, muitas vezes entram em guerra com criadores não Masais, invadindo suas terras e apoderando-se de bois e vacas.

Na realidade os seus ancestrais vieram do Egito conduzindo lentamente o gado e foram se misturando com o povo negro do alto Nilo e leste da África



O alimento comum dos MASAIS é leite, carne e sangue que retiram do gado vivo.O leite é armazenado em cuias que são lavadas com urina de gado.

Para retirar o sangue sem sacrificar o boi, amarram um torniquete no pescoço comprimindo a veia jugular para que ela fique em evidência. Com uma pequena lança, o líder deve perfurar a veia e coletar o jato de sangue numa vasilha especial de madeira. Solto o torniquete, o sangramento é estancado e a ferida tratada com esterco.
Devido a esta dieta rica em proteína, os MASAIS possuem uma envergadura fora dos padrões africanos. Homens e mulheres são altos, esguios e fortes..



A circuncisão é realizada nos meninos (que são proibidos de fazer qualquer ruído durante a cerimônia) e a clitoridectomia(remoção do clitóris) nas mulheres durante a puberdade. As mulheres mais velhas operam as garotas. O governo queniano e ONGs estão tentando acabar com a clitoridectomia. 

Senti uma imensa tristeza ao olhar para esta menina..há certas tradições culturais que são muito difíceis de aceitar...nem o seu sorriso  rasgado e o brilho  tão doce do seu olhar conseguiu minimizar a minha angustia...