terça-feira, 3 de julho de 2012

ILHA DE PÁSCOA - O LOCAL HABITADO MAIS ISOLADO DO MUNDO

Páscoa é uma ilha vulcânica, seu território tem a forma triangular e é o pedaço de terra mais isolado do mundo, no limite da Polinésia Oriental



A geografia de Páscoa sempre representou grandes desafios para seus colonizadores, como até hoje ainda o é. Seu clima, embora quente para os padrões europeus e norte-americanos, é frio para os padrões da maioria das ilhas da Polinésia. Tanto que plantas importantes, como o coco (introduzido em Páscoa somente em tempos modernos), não se desenvolvem bem na ilha, e a fruta-pão (também recentemente introduzida), sendo Páscoa um lugar ventoso, cai do pé antes do tempo. Além disso, o oceano ao redor é demasiado frio e não permite a formação de recifes de coral, tornando a ilha deficiente tanto para peixes e moluscos associados aos atóis de coral, como para peixes em geral (de todas as espécies de peixe existentes, Páscoa possui apenas 127).
Todos esses fatores resultam em menos fontes de alimento. Além do que, a chuva – cuja precipitação média anual é de 1300 mm, aparentemente abundante, infiltra-se rapidamente no solo vulcânico e poroso da ilha. Há, portanto, limitação de água potável. Somente com muito esforço os insulares obtêm água suficiente para beber, cozinhar e cultivar.
Rapa Nui, nome que designa não somente a ilha, como também o povo e a língua locais, não é nem paradisíaca, como os diversos arquipélagos de atóis que salpicam a Polinésia, nem como o safári darwinista das ilhas equatorianas a nordeste. É patrimônio da humanidade e um dos lugares mais intrigantes da Terra.
Mais do que os moais, as estátuas gigantes espalhadas pela paisagem vulcânica que dão fama à ilha, e os mistérios a eles associados, o que impressiona é a existência e a perseverança da comunidade num local tão remoto e com recursos naturais  tão limitados.
Os 5.000 habitantes, dois terços deles rapanuis, vivem quase todos no único povoado da ilha, a diminuta Hanga Roa, onde fica o aeroporto e que serve de base para turistas.


Zona central de Hanga Roa e o seu estádio de futebol..

Há somente uma farmácia, um supermercado e dois pequenos postos médicos na ilha, e qualquer problema de saúde mais grave torna necessário accionar uma ambulância aérea para remover o paciente para hospitais melhor equipados em Santiago.
Há três escolas, uma delas ensina rapanui, mas cursos superiores têm de ser feitos no continente. Do lado de fora  das casas noturnas da vila, os frequentadores amarram os cavalos e vão para a night.

A única estrada, em grande parte asfaltada, dá uma volta parcial à ilha e tem 46 km -equivalente a uma hora de carro sem parar.

Departamento oficial do governo

Apesar de todas estas limitações, a tranquilidade, segurança e mistério que esta ilha transmite é uma mais valia!


3 comentários:

  1. QQuando se diz que os doentes mais complicados têm de ser evacuados para Santiago do Chile é preciso fazer notar que fica a 3.700km. Fiquei com a sensação que na ilha não há falta de água não potável, o que falta é extraí-la pois não se veem furos mas existem muitos sintomas de o solo ter lençóis de água. Os rapanui construiram cerca de 1000 moais (estátuas) mas a ilha nunca teve mais de 15.000 habitantes.ZM

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  2. Não invejo nada a sorte desses RAPANUI! Coitados além de poucos, o que poderia ser uma mais valia, quando adoecem com gravidade tem de ir para mais de 3.700 Km de distância. É obra!!!

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    1. Noca, esta é a parte mais negativa.Penso que têm outras coisas muito compensatórias. Vivem em comunhão com a natureza, de portas sempre abertas onde a solidariedade é uma constante..no fundo é como se fossem uma comunidade hippie...sossego, paz e amor. Não há stress, não precisam de se preocuparem com o que vestem..uma tshirt e uns calções bastam,e todas as atrocidades e vigarices que no mundo acontecem passa-lhes à margem. Respira-se paz aqui...mas também não sei se conseguiria habituar-me a uma vida tão calma....obrigada.bjs

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