sexta-feira, 25 de abril de 2014

O NASCER DO SOL EM ULURU

Todos os  turistas que visitam este parque nacional situado no centro da Austrália, "têm" que madrugar para assistirem ao nascer do sol em Uluru. Primeiro porque  as temperaturas são altíssimas e atividades ao ar livre entre 12 e 16 horas,são um verdadeiro desafio e, segundo, pela mudança de cores que acontece nestes momentos. na superfície deste monolito..
Realmente é notável a variação da coloração devido à diversa iluminação que ocorre nas diferentes horas do dia (e do ano), apresentando ao pôr-do-sol ao nascer do sol uma visão particularmente fabulosa pois sendo feito de arenito impregnado de minerais como feldspato, o que causa a emissão de um brilho vermelho ao amanhecer e ao pôr-do-sol, e de metais como ferro, que gera a cor ferruginosa devido à sua oxidação.
  O autocarro que nos leva estaciona numa área previamente preparada para que se aprecie o nascer do sol (Talinguru Nyakunytjaku). É tudo muito rápido, e naquele dia havia alguma neblina e não houve uma mudança dramática de cores. Vimos o sol nascer, tirámos fotos, tomámos um cafezinho e em pouco mais de meia-hora estávamos de volta ao autocarro para nos levar  até a base do Uluru em Kuniya Piti.
A caminhada completa em torno da rocha de aproximadamente 9 km inclui percorrer a “Base Walk” mais a “Lungkata Walk” e a “Mala Walk”. Nosso tour percorreu a pé parte da Base Walk no trecho entre Kuniya Piti e Mutitjulu - reservatório de água da chuva (waterhole) onde estão as rochas com pinturas rupestres e a Mala Walk até Kantju Gorge (cachoeira de 90 metros). Os outros trechos foram percorridos em autocarro.


Em vários locais a fotografia é proibida.  Pedem-nos também que não se fotografe os anangus , eles acreditam em honrar os mortos não pronunciando seus nomes ou vendo suas imagens por algum tempo, o que fica impossível se capturássemos tais imagens e as levássemos pelo  mundo fora.

Se ver o Uluru de longe é mágico, vê-lo de perto é instigante: a rocha está cheia de saliências e reentrâncias, poços de água, cascatas, refúgios, pinturas rupestres. Tocar na pedra é possível em alguns locais, mas levar pedaços para casa é considerado mau-agouro e várias histórias existem de turistas que foram amaldiçoados pelo Uluru ao exibirem pedaços da pedra como souvenir.

























É possível também escalar o Uluru, mas este tema é extremamente controverso. Os anangus consideram o Uluru sagrado e escalar a montanha, um sacrilégio. Assim, na base da escalada há um pedido formal dos anangus para que  não se suba a montanha. Eles não proíbem a subida, apenas pedem que  “escolhamos” respeitar suas tradições. A maioria respeita, mas muitos ignoram, principalmente os orientais.

A subida só é possível se o clima estiver estável, sem chuvas ou ventos fortes e a temperatura abaixo dos 36°C.Naquele dia a escalada era possível e muitos turistas não hesitaram em fazê-lo.






Uma corda fixa foi instalada para ajudar na subida a partir de um certo ponto. A subida é extenuante e perigosa, alguns já morreram pelo caminho. Demora-se praticamente 3 horas ida e volta. Não preciso dizer que não fomos,  pois não parecia fazer sentido vir até este lugar remoto para conhecer as tradições anangu e desrespeitá-las..além de que não teríamos as condições físicas necessárias para o fazer ( pelo menos eu..)

Um pequeno video do despertar  de Uluru filmado por mim..foi uma experiência...

1 comentário:

  1. A cor da pedra é realmente invulgar; varia conforme a incidência solar e é sempre muito interessante. Durante o dia as moscas (moles) são tantas que a maior parte das pessoas usa rede para não ser incomodada, sobretudo no rosto. Após o põr-do-sol desaparecem quase instantãneamente.ZM

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