Com uma economia essencialmente agrícola, dependente quase exclusivamente da produção de arroz, o Camboja apresenta baixo Índice de Desenvolvimento Humano (0,494) e expectativa de vida de apenas 59,7 anos.
As guerras e conflitos também deixaram marcas profundas em sua população. Após a Segunda Guerra Mundial, o país tornou-se independente da França e o crescimento comunista abriu caminho para um dos mais sangrentos conflitos da história mundial recente.
Partidário do Khmer Vermelho, o governante Pol Pot promoveu o que ficou conhecido como Genocídio Cambojano, que ceifou a vida de mais de dois milhões de pessoas – cerca de 25% da população à época. Tudo isso entre 1975 e 1979.
O massacre foi combatido pelo vizinho Vietname, mas os Khmers Vermelhos só foram destituídos do poder nos anos 1990, sob intervenção da ONU, que deu início a um processo de democratização.
Tomámos consciência sobre este massacre terrivel visitando o museu Tuol Sleng...foi um momento emotivo, devastador que nunca mais conseguirei esquecer...
No passado, o lugar era a escola secundária Tuol Svay Prey. Durante o regime de Pol Pot, o colégio foi transformado na Unidade de Aprisionamento e Interrogatório S-21, ou Tuol Sleng, que em khmer significa “Montanha das Árvores Venenosas”.
As estimativas de pessoas aprisionadas para interrogatório e tortura entre 1975 e 1979 nesta prisão variam de 17,000 a 24,000, das quais apenas doze pessoas sobreviveram. Em qualquer período durante o reinado de terror do Khmer Vermelho a prisão continha um número médio que variava entre 1,000 e 1,500 prisioneiros. Os internos foram repetidamente torturados e coagidos a se confessarem como “espiões” ou “conspiradores” ou mesmo a nomear parentes e amigos como tal, que por sua vez, eram também presos, torturados e mortos em nome do regime. Nos primeiros meses de existência da S-21, a maioria das vitimas eram trabalhadores do regime de Lon Nol e pessoas com algum nível de educação formal, o que incluía soldados, professores, médicos, oficiais do governo, burocratas, engenheiros, comerciantes, funcionários públicos e até mesmo monges budistas e professores de escolas primárias.
Tomámos consciência sobre este massacre terrivel visitando o museu Tuol Sleng...foi um momento emotivo, devastador que nunca mais conseguirei esquecer...
No passado, o lugar era a escola secundária Tuol Svay Prey. Durante o regime de Pol Pot, o colégio foi transformado na Unidade de Aprisionamento e Interrogatório S-21, ou Tuol Sleng, que em khmer significa “Montanha das Árvores Venenosas”.
As estimativas de pessoas aprisionadas para interrogatório e tortura entre 1975 e 1979 nesta prisão variam de 17,000 a 24,000, das quais apenas doze pessoas sobreviveram. Em qualquer período durante o reinado de terror do Khmer Vermelho a prisão continha um número médio que variava entre 1,000 e 1,500 prisioneiros. Os internos foram repetidamente torturados e coagidos a se confessarem como “espiões” ou “conspiradores” ou mesmo a nomear parentes e amigos como tal, que por sua vez, eram também presos, torturados e mortos em nome do regime. Nos primeiros meses de existência da S-21, a maioria das vitimas eram trabalhadores do regime de Lon Nol e pessoas com algum nível de educação formal, o que incluía soldados, professores, médicos, oficiais do governo, burocratas, engenheiros, comerciantes, funcionários públicos e até mesmo monges budistas e professores de escolas primárias.
Quando os prisioneiros eram trazidos para Tuol Sleng, eram obrigados a decorar dez regras que deveriam seguir durante seu encarceramento:
- 1) Você deve me responder de acordo com as minhas perguntas
- 2) Não tente esconder os fatos inventando desculpas ou escusas. Você está expressamente proibido de me contestar.
- 3) Não seja tolo ao ponto de tentar atrapalhar a revolução.
- 4) Você deve responder imediatamente às minhas ordens, sem perder tempo para refletir.
- 5) Não me fale das suas imoralidades ou da essência da revolução.
- 6) Enquanto recebe chicotadas ou choques elétricos, você está proibido de gritar.
- 7) Não faça nada. Fique quieto e espere por minhas ordens. Se não houver ordens, mantenha-se quieto. Quando houver ordens, cumpra-as imediatamente, sem protestar.
- 8) Não faça pretextos sobre Kampuchea Krom com o objetivo de esconder seus segredos ou traições.
- 9) Se você não seguir todas as regras citadas acima, você receberá como punição muitas chicotadas de fio elétrico.
- 10) Se você desobedecer qualquer dos pontos receberá dez chicotadas ou cinco choques elétricos.
(nota: o texto apresenta um certo grau de incoerência devido à péssima tradução do khmer para o inglês.)
Foi o lugar onde mais me emocionei, este museu é tão terrìvelmente cruel como nunca encontrei outra coisa semelhante. Vejam esta comparação, o Cambodja tem quase a mesma população de Portugal-8 milhões, destes, 25% foram executados a começar pelos mais instruídos- PORQUE SIM. Já pensaram o que seria assassinar 2,5 milhões de pessoas em Portugal, a começar pelas mais instruídas?
ResponderEliminar