Após uma etapa noturna de 200 milhas náuticas, às 6.30 da manhã lançam-se as amarras ao último cais em terras do Alasca. Não é por ser o último porto, nem pela peculiaridade onomatopaica do nome, mas o seu reduzido tamanho e as casas de madeira penduradas sobre o rio de Creek Street fazem de Ketchikan a minha preferida.
Este rio é a "estrada" do salmão...é o principal rio que este peixe sobe para desovar e que aparece em inúmeros documentários sobre o assunto..
Nesta foto pode -se ver uma homenagem ao salmão..é obra subir um rio tão pedregoso e com um caudal tão intenso e ainda tentar escapar das garras dos ursos que estão sempre muito atentos...
Desde os bares às casas dos pescadores, tudo parece um pouco mais genuíno, no seu ritmo normal, de quem está seguro que a invasão temporária de turistas não vai trazer mais sol do que o costume.
Talvez porque foi o salmão e não o ouro a motivar a sua fundação as pessoas sejam aqui diferentes. Contudo, tal como Juneau também Ketchikan não se encontra ligada por estrada ao resto do estado, nem tão-pouco ao vizinho Canadá: quem quiser cá vir só o poderá fazer por barco ou avião, o que lhe acentua ainda mais o carácter remoto. A cidade não é pequena por acaso; as montanhas que se levantam a quase toda a volta (as mesmas que não deixam cá chegar as estradas) empurraram-na contra o estreito de Tongass onde parte das construções se mantém de pé graças aos pilares de madeira em que estão apoiadas.